"Em Fátima, rezei por ti!"
Esta frase é muitas vezes dita por quem vai a Fátima,
visitar o Santuário dedicado a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Ali onde Nossa Senhora apareceu a três pastorinhos, há mais
de 100 anos, todos os dias, acorrem pessoas de todos os lados do mundo.
Chegar a Fátima é sentir paz.
E esta paz advém do perdão a nós mesmos e aos outros.
Por isso, uma das primeiras coisas que faço quando vou a
Fátima é ir me confessar. Ali, estão sempre vários padres disponíveis, com
vários idiomas, para que todos possam ali mergulhar na misericórdia de Deus.
É uma grande graça obter este perdão. Para mim, a confissão,
para além de um importante Sacramento católico, é também um momento único e
especial. Durante a confissão derramo o meu eu, para que a luz infinita de Deus invada a
minha alma.
Sim, é possível que nos confessemos a Deus, na solidão do
nosso quarto e também no início da missa no ato penitencial. Porém, estar ali
diante de um padre, que acredito ser instrumento de Cristo para me ouvir,
perdoar e também dizer-me o que preciso ouvir, é uma dádiva que me é oferecida gratuitamente.
Nas confissões entre mim e Deus, sem o padre, ouço o que
quero ouvir. Mas ali, diante de um padre, ouço o que preciso ouvir.
Nem sempre ouvimos o que desejamos ouvir. Contudo, é ali,
naquelas palavras sábias ditas pelo sacerdote, inspiradas pelo Espírito Santo, que o meu caminho se
clarifica à minha frente.
Quantas vezes tenho sentido esta presença libertadora do
Sacramento da Confissão na minha vida!
Após a confissão, a paz leva-me ao colo, e até mesmo a
minha respiração fica mais calma e serena.
E então, participo da Santa Missa com um espírito em
Deus, desapegado de mim mesma e das coisas do mundo.
Na capelinha das Aparições, geralmente, as celebrações das
missas sucedem-se quase de hora a hora. E oportunamente, assisti uma missa
celebrada por um sacerdote brasileiro que estava ali, com um grupo de romeiros vindos do país, onde também vivi por quase quinze anos.
Esta presença agradável da luz que nos trespassa com a sua
paz, independente do país, da língua ou da raça.
Ali, estavam todos, vindos dos mais longínquos lugares do
mundo, unidos em oração.
E quão grande oração é a Santa Missa!
Assim, estive em Fátima.
A luz invadiu-me a alma pois Maria é esta Senhora cheia da
Graça de Deus, diante de quem o anjo Gabriel disse:
- Ave, Cheia de Graça. O Senhor é contigo!
- Ave, Cheia de Graça. O Senhor é contigo!
E eu ali, também repetia estas mesmas palavras e só assim,
neste exemplo de humildade da Mãe de Deus, é que poderia retornar a casa e dizer:
- Em Fátima, rezei por ti!